++ INSÔNIA

06 março, 2006

Hola pessoas, blz?
Não, vocês não estão vendo miragens e nem o seu monitor está com defeito, este é realmente um post sim e da minha autoria. As vezes vem essa coisa que não sei bem como é, mas quando chega não tem como ficar quieto, é como se fosse uma vontade tão grande que parecem duas e que têm um sei-lá-o-quê que me faz sentir um sei-lá-como e aí eu percebo: tenho que ir pro banheiro! Mas o interessante é que desses ímpetos viscerais podem vir idéias estranhas como esta: e se eu começar a desenhar... será que passarei fome? Mas, pôxa, é um ímpeto visceral! E como todo ímpeto visceral que se preze não pode ser contido, tem que ser atendido (pelo menos na privacidade do lar). E assim cheguei a seguinte conclusão: acabou o papel higiênico e terei que sair para comprar mais (se bem que dúvido que se possa comprar menos, já pensaram na econômia se se pudesse fazer isso, hein?). Mas nessa tempestade de sensações aparceu esse pensamento, já citado acima, e se eu començar a desenhar... é fome na certa? Ou venceria todas as probabilidades e num futuro não muito distante poderia ser visto no mesmo patamar que os meus heróis: Laerte, Ota, Ziraldo, Quino, Will Eisner, Carl Banks... só pra citar alguns, sem ordem de preferência (acreditem, parafraseando Newton, se eu puder olhar além é porque me encontrarei sobre os ombros de gigantes). Então com essa idéia na cabeça e após usar um velho folheto com os preços do supermercado local na mão ( cujo uso para higienização não aconselho para aqueles com hemorróidas) sentei no computador e comecei a desenhar no inkscape... por enquanto, mas pra frente usarei folha e tinta "ausente de cor" para algumas tirinhas em P&B mesmo.

Sabem, a vida dá umas voltas das quais não há volta. Depois de ter desenhado a tira acima, eu pensei: "Já vi essa cara em algum lugar". Contei os dedos das mão e esse mendigo não era o Lula, ainda assim tinha um semblante familiar. Então meu paipai lembrou do Benê ou Dito, mas eu chamava ele de Benê mesmo. Ele é uma pessoa "gente-fina", sempre sorridente e quem me deu a primeira porção de rapé para cheirar (minhas fossas nasais nunca estiveram tão limpas). Ele trabalhou um tempo na chacará de um tio como caseiro, depois ele resolveu virar indigente... e por opção! É, ele tem a colaboração dos familiares e dos amigos em São Miguel Paulista mas ainda assim ele prefere morar na rua.

Mêu, isto me lembra que tenho que ir visitar o Benê, pessoa "gente-fina", levar um misto-quente pra ele e filar um pouco de rapé, dar um abraço nele... se me aconselharem a não chegar tão perto por causa do cheiro, vou sem tomar banho duas semanas para me encontrar em condições de igualdade e agradecer por me lembrar que não me faltam opções.